Na apresentação de Que história é essa? 2, Flavio de Souza define seu projeto: "Este é um livro de novas histórias com personagens de contos antigos e famosos, mas não os principais"; "é também sobre personagens que quase, quase fizeram parte dos contos antigos"; "é, além disso, uma coleção de charadas, enigmas e curiosidades sobre personagens de contos antigos"; é um livro que "traz também puras diversões [...], para descansar sua cabeça em meio a tantas informações da mais alta importância".
O livro enfatiza o aspecto lúdico associado à leitura e à arte de contar histórias. Por outro lado, ajuda o leitor a se apropriar das narrativas e a se tornar ele mesmo um contador de histórias, pois traz questionários que o levam a explicitar a seqüência dos fatos narrados e a refletir sobre o comportamento dos personagens.
Tal como no primeiro volume de Que história é essa?, o autor usa o recurso de transformar um personagem secundário em personagem principal, às vezes lhe dando a tarefa de ser também o narrador. Outro recurso é incluir em contos tradicionais personagens que não aparecem na versão original, ou reproduzir a história "verdadeira" mas com um protagonista "falso". Neste volume, por exemplo, há uma história intitulada "Tonia e hopofi" - os títulos vêm assim, em forma de anagrama, para que o leitor os decifre e responda: que história é essa? Esta é "O patinho feio". Só que o herói, em vez de ser um pato, é um pavão. "Porque sim", escreve Flavio de Souza: "Porque eu quis. Porque cada um conta as histórias do jeito que quer. Eu achei interessante contar a história de um bicho que acham feio com um bicho que todo o mundo acha muito bonito".
Como o primeiro volume, Que história é essa? 2 é um elogio à liberdade e ao prazer do narrador.
80 páginas